segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Desistência!

"Mesmo desacreditado e ignorado por todos, não posso desistir, pois para mim, vencer é nunca desistir"

Albert Einstein

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Por que falar do etnicismo na Guiné-Bissau é sempre polêmico?

É mito de balantização ou é simplesmente, uma realidade constatada?


Virou-se tabu falar em tribalismo/etnicismo frente ao discurso enganoso e demagogo do Estado guineense e de alguns membros da sociedade civil. Há muito tempo atrás - refiro-me desde a luta de libertação nacional – o slogan “unidade Nacional” foi usado para mascarar uma realidade, contrária àquela que aparece nos discursos oficiais meramente tendenciosos.

Não há dúvidas de que sempre existiu sentimento étnico/tribalista, na sua forma negativa, no seio da sociedade guineense. Não se trata de uma constatação recente, mas sim que a muito tempo esteve ancorada na mente de todos os que compartilham esta realidade.

Estou a referir-me a um problema que fez parte da consciência dos protagonistas da luta de libertação nacional, mas que foi suprimido em prol de interesse comum ao todos guineenses a independência da nossa querida pátria. Preferiu-se usar a bandeira da unidade nacional “anos tudo i um son” porque era isso que interessava a todos. Porem, de forma alguma, isso significou que na vida real havia esta unidade nacional, sentimento de “anos tudu i um son”.

As divergências dentro do Partido Africano para Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), desavenças entre os seus membros e dirigentes, muitas vezes, foram da base étnica/tribal. O sentimento de alegado “favoritismo de Djintis burmedju”, “balentia di fidjus di tchon” (Balantas), “ djanfa di mandjuas di tugas” (os Fulas) etc... fizeram parte da realidade da luta de libertação nacional. Amilcar Cabral manifestava a sua preocupação com relação a isso em diferentes circunstâncias das suas intervenções publicas e sensibilizadora do nosso povo na época. O que ele não conseguiu evitar é a sua própria morte por esse mal que sempre afetou a nossa sociedade.

A perda do saudoso líder da historia da resistência do nosso povo e da África nos fez pagar a culpa que cometemos com o fato de os nosso combatentes terem sido mudos com a questão étnica, tendo ignorá-lo como um problema do partido e que viria a se constituir como o mal maior da nação.

Amilcar Cabral, empenhado em unificar uma sociedade diversificada em termos étnicos foi uma das vítimas daquilo que ele mesmo estava tentando combater.

O sentimento de “djintis burmedju, fidjus di tchon” ceifaram vida de Amilcar e muitos outros; Sentimentos de “mandjuas di tugas” caçaram vida de muitas pessoas da etnia Fula; sentimentos de “balentia di fidjus di tchon” levaram vida de Osvaldo Vieira, Titina Silla e muitos outros que foram almejados pela sabotagem “di nô djintis”.

Contudo parece que não aprendemos com o passado, continuamos a ignorar aquilo que constituiu sentimento de ódio e alimenta vontade de vingança na nossa sociedade. Por que não nos empenhamos para curar a maldição da nossa sociedade? Não seria a vida dos bons filhos deste país que foram tiradas da forma traiçoeira que estaria nos cobrando agora? Por que não procuremos respostas nas nossas tradições e deixemos da ganância do modernismo?

Parece que o demônio havia se suprimido/omitido, em sua atual forma, relativamente de alguns anos pra cá o assunto continuou a ser tratado como tabu mesmo agora que foram dadas todas as condições para levar essa discussão a pauta dos debates, o Estado e a sociedade guineense continuaram a ser demagogos, usando a mesma slogan de sempre “somos um povo unido”. Como resultado, deu-se a oportunidade para emergir etnicismo/tribalismo na sua forma mais crua e, a cima de tudo, institucionalizada.

Quando voltamos nossos olhares sobre os acontecimentos na Guiné-Bissau, não restam dúvidas de que aquilo que estamos aqui relatando é uma realidade crua da nossa sociedade e do nosso povo. A realidade da qual se tem a consciência, mas poucos falam porque “todos nós somos guineenses”. Até quando continuaremos sendo guineenses se alguns não têm direito a serem tratados como tal?

Os acontecimentos desde a independência nacional têm nos chamado atenção cada vez mais sobre a necessidade de fazer um debate amplo, de uma forma clara sem tabus em todos os níveis da vida social no nosso país sobre a questão do tribalismo. Mas o que me parece é que continuamos mudos perante esta questão, mesmo quando pagamos com as nossas vidas os males deste fenômeno. Do que temos medo?

A história da constituição da nossa nação começou com traições de da ordem étnica/tribal. Tomamos a independência caçamos os Fulas alegando que eles eram aliados da força colonial, o golpe “14 de novembro” foi fundamentado no sentimento de “djintis burmedju, fidjus di tchon”, rompemos com Cabo verde e muitos dos nosso irmãos tiveram que deixar o nosso país para Cabo Verde porque eram “Djintis burmedju” não podiam governar na Guiné.

O sentimento de etnicismo/tribalismo não parou por aí; Caso “17 de outubro” grande parte dos oficiais militares e civís Balantas foram presos e condenados à morte sob alegação do golpe de Estado, havia sentimentos de que os Balantas constituíam ameaça ao poder naquele momento. Nino Vieira durante um longo tempo do seu mandato, o seu regime perseguiu as figuras Balantas com poucas exceções.

O ano das primeiras eleições multipartidárias na Guiné-Bissau em 1994 assistiu-se a institucionalização do tribalismo pelo Estado da Guiné-Bissau ao permitir o uso do símbolo étnico como emblema do candidato à presidência do país (Barriti Burmedju di kumba yala).


Estávamos perante um novo episódio da democratização do país e institucionalização oficial do simbolismo étnicista/tribalista. O eclodir da guerra “7 de junho” veio simplesmente radicalizar aquilo que o próprio Estado já estava a fomentar a muito tempo, presenciamos isso depois da guerra. O então Comando Supremo da Junta Militar (CSJM) estava aparentemente constituído por oficiais militares da origem étnica diferente que proclamavam “J MAIOR”, não tardou para surgir acusações contra Ansumane Mané então General de CSJM, ele estaria favorecendo os oficiais militares muçulmanos da origem étnica Mandinga. O fato que viria culminar com a morte de General Mané e na seqüência, perseguição de maioria dos oficiais muçulmanos da origem Mandinga por parte do comando de Estado Maior General de Forças Armadas (EMGFA) na época ( lembra-se, dos mais conhecidos, Baba Djassi, Almame Alam Camara, Malam Camara, Lamine Sanha etc... entre vários outros.

Ao nível do governo o PRS como vencedor das eleições, formava um governo fortemente criticado por ser composto por membros da origem Balanta. Nas forças armadas, com a morte do Ansumene Mané, o General Viríssimo Seabra Correia (de origem Papel) foi nomeado como Chefe de EMGFA e na chefia dos ramos militares não havia ninguém da origem muçulmana (estes eram considerados ala do falecido Ansumane Mané).

O Então presidente da república foi alvo de críticas, muitas vezes, por tribalismo até que foi deposto do cargo por um golpe de Estado levado a cabo por militares sob alegação de estar dirigindo o país de uma forma irresponsável. A decisão que parecia relativamente consensual no seio das chefias militares e sustentada com a justificativa da “estabilidade, reposição da ordem constitucional no país e segurança da sociedade”, não parecia, na realidade, consenso de todos os militares. Ou seja, os oficiais Balantas e soldados Balantas não se contentaram muito com Golpe de estado contra Kumba Yala, Balanta também. Meses depois, foi desencadeado um golpe militar que culminou com a morte de três altos oficiais militares, nenhum deles era Balanta.

Novidade? É a condução automática do General Tagmé na Waie (Balanta) para o cargo do chefe de Estado Maior General das Forças Armadas.

A partir deste momento, passamos a ter uma forças armadas etnicamente estruturada com fortes indícios de segregação étnica dentro dos quartéis. Os dias de hoje não nos deixam dúvidas de que estamos perante um sistema balantizado dentro de forças armadas que controla Estado e toda estrutura social no nosso país.

O que eu quero com essa reflexão com essa reflexão é mostrar a evolução de uma situação que tem sido o principal problema da Guiné-Bissau desde a luta de libertação nacional até os dias de hoje e que como tal nunca foi discutido abertamente. Limita-se a fofocar o assunto só no senso comum e ignorado como um dos principais problemas do nosso país.

Os acontecimentos recentes mostram muito clara a estrutura tribalista das forças armadas. Os assassinatos que foram levados ao cabo esses últimos tempos não deixam dúvidas de que têm viés étnicos. Dito de outra forma, Nino Vieira, Baciro Dabó, Helder Proença não estariam mortos se fossem Balantas, ou seja, seriam poupadas as suas vidas assim como as vidas de Faustino Imbali e Pedro Infanda (ambos Balanta). Até mesmo Bubo não teria sido mandado para exílio por Tagmé se não fosse Balanta.

O que se percebe atualmente na Guiné é que, quando se trata de Balanta o sujeito tem direito a ser mandado no exílio ou preso, quando se trata de um cidadão não Balanta, este não tem direito a vida. Quem vive a realidade que eu vivo e da qual tenho a consciência não me deixa mentir.

Talvez poucas pessoas falam o que eu falo, mas muitas têm a mesma consciência que eu tenho da realidade do meu país.

No meu entender fazer parte de uma tribo ou etnia não é satisfazer suas necessidades de ter alguém para hostilizar, mas garantia de que sua cultura e suas tradições serão motivo de orgulho e serão passadas para a próxima geração.

Ter orgulho da sua tribo é perfeitamente aceitável. Desejar sucesso para a sua tribo é igualmente. Mas, este termo aceitável é apenas relativo para os meios usados para concluir isso num contexto social multitribal/multietnico.

Obs: falei o que eu penso, não importa de que forma, o meu interesse é expressar o que eu sinto. Tenho a consciência de quão polêmico é este assunto, mas enfim... sinto-me feliz por ter a oportunidade de falar sobre isso graças ao sistema de comunicação em rede. Devo ressalvar de que a internet é o que existe de mais democrático hoje nesta sociedade moderna.

Os termos tribalismo/etnicismo da forma como foram usados aqui não têm nenhum peso cientifico tão pouco estão sendo usados aqui no contexto que um especialista nesta área usaria.

sábado, 9 de janeiro de 2010

ONU decide entregar Bubo ao governo depois de várias tentativas de negociações.

http://www.africa21digital.com/noticia.kmf?cod=9380476&canal=401    

     Esta decisão pode ser enquadrada em diferentes quadros de analises. ONU pode se valer da justificativa de que, ela como uma organização “defensora da legalidade”, não pode em circunstâncias nenhuma, amparar a ilegalidade. Ou seja, sendo uma organização “zeladora da manutenção da paz internacional”, ela pode tomar qualquer decisão que se justifica em prol da “manutenção da estabilidade e segurança social”, independentemente da complexidade que esta decisão envolve.

    Tradicionalmente estamos acostumados com situações em que a ONU, em alguns momentos, se abdicou de amparar pessoas, legitimou a violência contra pessoas que supostamente são “consensualmente” consideradas delinqüentes. Exemplo concreto de repressão legitimada contra movimentos sociais de luta pela liberdade dos povos, de territórios e sobrevivência em diferentes partes do mundo. Estes movimentos não são reconhecidos, muitas vezes, são taxados de “rebeldes, de terroristas, de fundamentalista” etc... E conseqüentemente é legitimado todo tipo de violência contra eles e lhes são limitados os seus direitos de autodefesa.

    ONU tem se mantido indiferente perante as guerras brutais contra povos inocentes e prisões arbitrarias das pessoas acusadas de terrorismo internacional sem provas nenhumas. Prisões estas baseadas nos fundamentos racistas e xenófobos por parte dos Estados ocidentais.
É a mesma ONU que tem se mostrado impotente perante os atos dos governos ditatoriais na África e na Ásia. E perante regimes terroristas aos quais são legitimados todos os direito do uso da violência brutal contra aqueles que lutam pela liberdade e independência do seu povo.
Massacrados são as populações indefesas em toda parte da África, Ásia e America-Latina que vêm seus direitos ignorados e vandalizados por órgãos ditos legítimos e reconhecidos como tal pela dita ONU.
    Esta postura caracterizou a ONU por um longo tempo da sua existência, ao mesmo tempo em que ela se auto-legitima como órgão supremo e supranacional para garantia da paz, liberdade, segurança e bem-estar dos povos, por outro lado questiona-se a sua postura com relação à política internacional. Assim como questiona-se também a sua autoridade nas fronteiras que balizam os Estados nacionais . Ou dita de outra forma, até onde vai a sua autoridade perante as potências mundiais? Visto que ela não consegue se impor a esses últimos que acabam definindo os que têm direito a paz, segurança, liberdade e, o mais importante, os que são “legítimos” a viver nessas condições e os que não são. Estes últimos, certamente são condenados a sobreviverem violentados pela fome, miséria ou sob brutalidade das forças bélicas dos Estados vândalos e criminosos que constituem grandes potências mundiais.

    Ao lado da injustiça e intolerância, a ONU sempre ergueu sua bandeira da neutralidade e indiferença, quando contrário, ela desempenha o papel de um aparelho propício para legitimar a violência.
Posto isto, não se pode estranhar a decisão da ONU ao entregar Bubo às autoridades da Guiné sem uma acusação formal em termos legais. Esta foi e sempre será a postura da ONU, ela sempre foi uma organização indiferente, manteve-se somente do lado de alguns poucos que se beneficiam do seu amparo, enquanto que uma imensa maioria é desprotegida. A sua sede serve a alguns e os outros não têm direito a serem protegidos por ela. Se não, fica a questão, por que a ONU não entregou Carlos Gomes Junior ao então presidente da Guiné que o acusava formalmente no tribunal? Por que a ONU não entregou tantas outras pessoas que se refugiaram na sua sede em Bissau, mesmo quando o governo e a procuradoria geral da república faziam pressões neste sentido?

    Qual a diferença entre Bubo e o Carlos Gomes naquele momento? Qual será o destino do Bubo? A ONU vai zelar pela segurança e a sua integridade física? A ONU em algum momento condicionou a sua punição a um processo legal e transparente com direito à defesa?
   O que se pode concluir de tudo isso é que, mais uma vez, a ONU tomou uma decisão para adiar a estabilidade na Guiné ao mesmo tempo em que ela a proclama. Estamos perante uma situação que passa a desacreditar ONU como órgão defensor dos direitos humanos em Bissau e a sua sede passa de uma instalação inviolável para um bureau qualquer. Pode-se esperar que a qualquer momento, em qualquer circunstância, a sede da ONU pode ser violada por qualquer um para fazer valer a lei da força.

domingo, 3 de janeiro de 2010

TRAGÉDIA!

Brasil vive os dias difíceis de grande dor, as chuvas causaram estragos e ceifou vidas humanas no estado do Rio de Janeiro. http://noticias.terra.com.br/brasil/cidades/tragediaemangra/noticias/0,,OI4184508-EI14639,00-Numero+de+mortos+pela+chuva+no+Estado+do+Rio+chega+a.html

sábado, 2 de janeiro de 2010

O VERDADEIRO HOLOCAUSTO

O TEMPO É AGORA LEVANTE-SE E FAÇA ACONTECER NAO SEIJAMOS ESTÚPIDOS DEIXANDO ISSO OCORRER, SABE ESSAS PESSOAS NAO SÃO PARENTES MEUS E NEM DE QUEM ESTA LENDO POR ISSO VC NAO SE SENTE MUITO INCOMODADO COM QUE ESTA ACONTECENDO MAS AI E SE FOSSE O TEU FILHO ??

DEVEMOS BEBER O SANGUE DE INOCENTES PÁRA FAZER ALGO ? PENSE NISSO
http://ordemnacional.wordpress.com/2009/10/01/verdadeiro-holocausto-israel-extermina-palestinos/

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Boas entradas para todos aqueles que a deseja!

Deste lado, desejamos um ano propero de muitas realizações e, a cima de tudo, que a paz prevaleça entre nós.

Votos de A VZ.