sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

MANIFESTO

Quando não se tem uma sociedade preparada à altura de fazer face aos desafios que o processo de globalização do capital traz, jamais haverá paz e estabilidade que tanto se prega nos discursos cínicos dos defensores deste ideal.
O que se evidencia na realidade dos países africanos é uma promiscuidade desenfreado por parte das organizações internacionais, dentre quais, destaca-se a ONU como prostituta dos valores que nortearam a sua criação. É gritante a inconveniência deste órgão na resolução dos problemas existentes na grande maioria dos países do mundo pobre. Perguntam-me quais os valores ela defende? Não sei! Respondo positivamente os interesses que ela defende.
O peso dos embaixadores (Estados mais ricos) de grandes magazines do capital dentro da ONU, não poderia contribuir para nada que esteja desvinculada dos interesses capitalista, cuja lógica é implantar terror e uma cultura esquizofrénica ao resto do mundo para manter padrão de vida dos países ricos. Assim, assiste-se a prostituição de todos os valores que outrora nortearam  a fundação duma instituição como a ONU.
Por outro lado, dizer ONU, não deixo de considerar a comunidade internacional em geral, todos que vêem  os países pobres,  com pessoas de baixa instrução, como campo adequado para estratégia do jogo. A primeira regra é aculturar um número reduzido de cidadãos nestes países constituindo assim a elite, um grupo de pessoas urbana relativamente instruída, com formação universitária ou não, que assumem posições políticas típicas da classe instruída, porém alienadas por ideais ilusórias dos países desenvolvidos. Estas pessoas aparecem sempre a defender democracia, paz, ordem constitucional e são adeptas da comunidade internacional. Ao mesmo tempo, apoiam agressões das grandes potências e sempre contra qualquer alternativa politica vinda dos pobres.
Estou a referir-me pessoas que todos nós estamos acostumados de ver nos nossos países, geralmente, armam-se de intelectuais quando não passam de verdadeiras marionetes sob orientação da grande média ocidental, não teem opinião própria, são meros repetidores daquilo que aparece como opinião padrão, não teem criatividade nenhum. São copiadores e repetidores do que lêem, ouvem e vêem na grande imprensa escrita, falada e televisiva. Manifestam a intelectualidade com frases dadas e emblemáticas. Nunca se quer sabem interpretar uma realidade. São pessoas que estão sempre se negando, têm a necessidade de demonstrar em todas as oportunidades que não pertencem ao lugar onde estão.
Tudo isto configura-se num ambiente adequado para jogo da comunidade internacional e contribui para empobrecimento, cada vez mais, das nossas sociedades pois, padrão de vida que estas pessoas querem manter é aquele que se tem nos países ricos com realidade diferente. Copiam hábitos egoístas de consumo e defendem pontos de vista conservadores, muitas vezes até com mais radicalismo. São pessoas que vivem tentando provar que não são pobres mesmo não sendo ricos. Isto é realmente o que a dita comunidade internacional quer que haja dentro dos países pobres. Significa dizer que as portas para instabilidade está aberta, as pessoas estão cada vez mais compulsórias a adquirir bens de consumo que não condiz com a realidade do seu país.
O resultado é muita corrupção, tráfico de droga, prostituição, violência civil e agravamento da pobreza.
O facto é que, enquanto as pessoas continuam a pensar em função daquilo que o mundo quer pensemos, defender os interesses e valores cínicos que nos são imposta, estaremos, cada vez mais, afastando a possibilidade de encontrar soluções reais para problemas que dizem respeito a nossa realidade. Enquanto estamos defendendo as grandes mentiras (ordem constitucional, democracia, paz, estabilidade  e esquecendo que por traz de tudo  isso há uma grande mentira cujo interesse é nos manter  no Inferno. Nós temos que nos reinventar em função da nossa realidade, nós temos que criar a nossa paz, a nossa democracia, a nossa ordem constitucional diferente daquilo que nos vendem. Basta colonialismo! Abaixo neocolonialismo disfarçado de globalização! Chega de mentiras que não poupem vida dos pobres! Chega de emblemas assassinas! Poupem Costa de Marfim! Chega de parcialidade nos problemas da Guiné-Bissau!