quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Entre orgulho de ser guineense e sentir-se patriota.


Ao fim de muitos anos de turbulência, tudo parece normalizar-se  em ti. Angustiado quem te viu ontem, feliz é quem te vê hoje ou, pelo menos, hoje. Tudo em ti assemelhava um imenso purgatório no qual os teus filhos sobrevivem expiando pecados que não são seus. Gotinha a gotinha, aquilo que se vê hoje é o orgulho dos teus filhos a ser devolvido. Como é bom te ver a crescer? Como é bom te ver a "esquecer" o "velho passado"? Como é bom te ver mirar a prosperidade de que tanto anseia os teus filhos?
Apesar de ser uma viagem longa e algo cansativo, o progresso é um destino que não desilude.  Mesmo sem ostentar  grandes saltos, em termos de infrastruturas do "primeiro mundo" como desejam os mais ambiciosos dentre os teus filhos, a verade é que, o que se julga pouco aos olhos daqueles que já viram "muito", não deixa de ser "muito" para aqueles que "muito" não viram, ou melhor, para  onde nunca houve "muito".
A consciência de que ainda há problemas, e muitos, ignora-los seria pretensioso a cúmulo, no entanto, arrogantes seremos a não admitir as gotas do progresso na Guiné. Reconhecer isto está além do patriotismo que  muitas pessoas julgam faltar aos guineenses, mas sim, é a obrigação que temos de ser realistas.
O que se vê nos discursos de vários guineenses neste momento, é uma tendência de incutir um certo tipo de "obrigação moral" na qual  todos devem  se assumirem como patriotas, como se fosse a falta disto justifica  o fracasso que o nosso país já foi. O que na minha opinião, não deixa de ser  uma superficialidade ingénua em apontar os motivos que conduziram  a Guiné à situação em  que se encontra. Mesmo que fosse esta a causa principal, recai a questão do que se entende por patriotismo. Neste caso, nos vemos confrontado com  equívocos em significar e  interpretar o patriotismo como conceito, baseando-lhe na concepção daquilo que se entende por patriotismo remoto dos séculos passados, fundamentado no radicalismo ideológico que afundou as sociedades no abismo das ditaduras mais severas da historia da humanidade. Eis o que assemelha a isto, propaganda gratuita e abstractas sem teor prático, desmunida de qualquer acção concreta materializada em termos da exibição d símbolos nacionais no facebook, ostentação da bandeira nacional, exibição das imagens dos heróis nacionais como prova daquilo que se acredita ser patriotismo, ridicularizando qualquer senso crítico ao país e seus governantes. Enquanto que, o espírito da cidadania, o  abdicar-se em prol da nação, o fazer pelo bem de todos ,o  trabalho, a verdade sem condicionantes morais ou ideológicas, a visão crítica da realidade,  os factores essenciais para progresso duma sociedade , muitas vezes, caem no esquecimento e passa-se valorizar as memórias abstractas que em nada contribuem para materialização do bem estar.  Alguns mais radicais e fundamentalistas sem fundamentos, acusam de traição  á pátria, de difamadores do nosso país, todos aqueles que fazem leitura crítica da nossa realidade. Vê se assim, a promoção da aspiração reaccionária no seio da nossa sociedade.
Sonhar é bom, mas é imprescindível a consciência de que,  nenhuma nação se construiu com as frases típicas "Minha Pátria Amada; Querida Pátria; Nossa Bandeira é Linda; Eu Amo o Meu País; Pai da Nossa independência;..." sem pretensão de desmerecer algum sentimento nacionalista que se expresse de alguma ou da outra forma, vale salientar que, muito além das frases abstractas e vãs, a nossa sociedade precisa e exige de nós o trabalho em todos aspectos práticos que se entende. 
Na verdade, é disso que nos propomos a ilustrar aqui, o fruto do que realmente podemos significar como espírito da cidadania, patriotismo, nada além da ambição de sentir orgulho daquilo que somos e o que temos, a vontade de superar as nossas dificuldades, interesse em apresentarmos melhor perante  nossos parceiros, a certeza de sentimos parte e fazer parte dos bons. Este é o verdadeiro espírito da cidadania, este é o início da edificação duma sociedade digna, alicerce para institucionalização do direito que assiste a todos, em fim, sentir-se parte de um Estado de direitos onde possamos investir as nossas capacidades para contribuir para o progresso. Isto não se faz com conformismo difusa, orgulho dissimulado, tendência de dizer que tudo está bem mesmo quando não está, pretensão de achar que tudo é lindo só porque trata-se da Guiné-Bissau mesmo quando é dos piores que existe ao redor do mundo. Patriotismo é ter ambição para progredir, ver criticamente aquilo que temos, identificar as nossas fraquezas, tentar superá-las, aproveitar as oportunidades que nos aparecem. Um povo reaccionário, conformista ajuda afundar o seu país, não deixa espaço para inovação, muito menos criatividade, os factores sem os quais não há progresso.  













Não há dúvidas de que o actual governo, apesar de varias pendências em termos estruturais, tem evidenciado esforços mesmo que ainda  à conta gotas (naturalmente num país como o nosso) para superar os entraves elementares para progresso da nossa sociedade. Ainda é pouco, mas muito, para um país como a Guiné, basta olhar pelas novas infraestruturas rodoviarias, sinalização do transito, pagamento em dia dos funcionários públicos, iluminação pública a melhorar aos poucos. Ou seja (com todos cuidado da minha parte, como quem  conhece, e  bem, a realidade do meu país) vejo, afirmo e as imagens expressam-na melhor que as palavras, está evidente os sinais do progresso, até porque se, muito se começa com pouco, então, não deixaremos de parabénizar todos os guineenses que têm contribuído para que tudo isto torne a realidade, especialmente aos funcionários públicos. 
Estas imagens foram recolhidas do facebook, tomei a liberdade de publicá-las, pelo que deixo aqui as minha mais valiosas considerações aos respectivos autores: http://www.facebook.com/profile.php?id=664191579http://www.facebook.com/nivandrohttp://www.facebook.com/profile.php?id=1162847577http://www.facebook.com/profile.php?id=100000703647032