terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Por que falar do etnicismo na Guiné-Bissau é sempre polêmico?

É mito de balantização ou é simplesmente, uma realidade constatada?


Virou-se tabu falar em tribalismo/etnicismo frente ao discurso enganoso e demagogo do Estado guineense e de alguns membros da sociedade civil. Há muito tempo atrás - refiro-me desde a luta de libertação nacional – o slogan “unidade Nacional” foi usado para mascarar uma realidade, contrária àquela que aparece nos discursos oficiais meramente tendenciosos.

Não há dúvidas de que sempre existiu sentimento étnico/tribalista, na sua forma negativa, no seio da sociedade guineense. Não se trata de uma constatação recente, mas sim que a muito tempo esteve ancorada na mente de todos os que compartilham esta realidade.

Estou a referir-me a um problema que fez parte da consciência dos protagonistas da luta de libertação nacional, mas que foi suprimido em prol de interesse comum ao todos guineenses a independência da nossa querida pátria. Preferiu-se usar a bandeira da unidade nacional “anos tudo i um son” porque era isso que interessava a todos. Porem, de forma alguma, isso significou que na vida real havia esta unidade nacional, sentimento de “anos tudu i um son”.

As divergências dentro do Partido Africano para Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), desavenças entre os seus membros e dirigentes, muitas vezes, foram da base étnica/tribal. O sentimento de alegado “favoritismo de Djintis burmedju”, “balentia di fidjus di tchon” (Balantas), “ djanfa di mandjuas di tugas” (os Fulas) etc... fizeram parte da realidade da luta de libertação nacional. Amilcar Cabral manifestava a sua preocupação com relação a isso em diferentes circunstâncias das suas intervenções publicas e sensibilizadora do nosso povo na época. O que ele não conseguiu evitar é a sua própria morte por esse mal que sempre afetou a nossa sociedade.

A perda do saudoso líder da historia da resistência do nosso povo e da África nos fez pagar a culpa que cometemos com o fato de os nosso combatentes terem sido mudos com a questão étnica, tendo ignorá-lo como um problema do partido e que viria a se constituir como o mal maior da nação.

Amilcar Cabral, empenhado em unificar uma sociedade diversificada em termos étnicos foi uma das vítimas daquilo que ele mesmo estava tentando combater.

O sentimento de “djintis burmedju, fidjus di tchon” ceifaram vida de Amilcar e muitos outros; Sentimentos de “mandjuas di tugas” caçaram vida de muitas pessoas da etnia Fula; sentimentos de “balentia di fidjus di tchon” levaram vida de Osvaldo Vieira, Titina Silla e muitos outros que foram almejados pela sabotagem “di nô djintis”.

Contudo parece que não aprendemos com o passado, continuamos a ignorar aquilo que constituiu sentimento de ódio e alimenta vontade de vingança na nossa sociedade. Por que não nos empenhamos para curar a maldição da nossa sociedade? Não seria a vida dos bons filhos deste país que foram tiradas da forma traiçoeira que estaria nos cobrando agora? Por que não procuremos respostas nas nossas tradições e deixemos da ganância do modernismo?

Parece que o demônio havia se suprimido/omitido, em sua atual forma, relativamente de alguns anos pra cá o assunto continuou a ser tratado como tabu mesmo agora que foram dadas todas as condições para levar essa discussão a pauta dos debates, o Estado e a sociedade guineense continuaram a ser demagogos, usando a mesma slogan de sempre “somos um povo unido”. Como resultado, deu-se a oportunidade para emergir etnicismo/tribalismo na sua forma mais crua e, a cima de tudo, institucionalizada.

Quando voltamos nossos olhares sobre os acontecimentos na Guiné-Bissau, não restam dúvidas de que aquilo que estamos aqui relatando é uma realidade crua da nossa sociedade e do nosso povo. A realidade da qual se tem a consciência, mas poucos falam porque “todos nós somos guineenses”. Até quando continuaremos sendo guineenses se alguns não têm direito a serem tratados como tal?

Os acontecimentos desde a independência nacional têm nos chamado atenção cada vez mais sobre a necessidade de fazer um debate amplo, de uma forma clara sem tabus em todos os níveis da vida social no nosso país sobre a questão do tribalismo. Mas o que me parece é que continuamos mudos perante esta questão, mesmo quando pagamos com as nossas vidas os males deste fenômeno. Do que temos medo?

A história da constituição da nossa nação começou com traições de da ordem étnica/tribal. Tomamos a independência caçamos os Fulas alegando que eles eram aliados da força colonial, o golpe “14 de novembro” foi fundamentado no sentimento de “djintis burmedju, fidjus di tchon”, rompemos com Cabo verde e muitos dos nosso irmãos tiveram que deixar o nosso país para Cabo Verde porque eram “Djintis burmedju” não podiam governar na Guiné.

O sentimento de etnicismo/tribalismo não parou por aí; Caso “17 de outubro” grande parte dos oficiais militares e civís Balantas foram presos e condenados à morte sob alegação do golpe de Estado, havia sentimentos de que os Balantas constituíam ameaça ao poder naquele momento. Nino Vieira durante um longo tempo do seu mandato, o seu regime perseguiu as figuras Balantas com poucas exceções.

O ano das primeiras eleições multipartidárias na Guiné-Bissau em 1994 assistiu-se a institucionalização do tribalismo pelo Estado da Guiné-Bissau ao permitir o uso do símbolo étnico como emblema do candidato à presidência do país (Barriti Burmedju di kumba yala).


Estávamos perante um novo episódio da democratização do país e institucionalização oficial do simbolismo étnicista/tribalista. O eclodir da guerra “7 de junho” veio simplesmente radicalizar aquilo que o próprio Estado já estava a fomentar a muito tempo, presenciamos isso depois da guerra. O então Comando Supremo da Junta Militar (CSJM) estava aparentemente constituído por oficiais militares da origem étnica diferente que proclamavam “J MAIOR”, não tardou para surgir acusações contra Ansumane Mané então General de CSJM, ele estaria favorecendo os oficiais militares muçulmanos da origem étnica Mandinga. O fato que viria culminar com a morte de General Mané e na seqüência, perseguição de maioria dos oficiais muçulmanos da origem Mandinga por parte do comando de Estado Maior General de Forças Armadas (EMGFA) na época ( lembra-se, dos mais conhecidos, Baba Djassi, Almame Alam Camara, Malam Camara, Lamine Sanha etc... entre vários outros.

Ao nível do governo o PRS como vencedor das eleições, formava um governo fortemente criticado por ser composto por membros da origem Balanta. Nas forças armadas, com a morte do Ansumene Mané, o General Viríssimo Seabra Correia (de origem Papel) foi nomeado como Chefe de EMGFA e na chefia dos ramos militares não havia ninguém da origem muçulmana (estes eram considerados ala do falecido Ansumane Mané).

O Então presidente da república foi alvo de críticas, muitas vezes, por tribalismo até que foi deposto do cargo por um golpe de Estado levado a cabo por militares sob alegação de estar dirigindo o país de uma forma irresponsável. A decisão que parecia relativamente consensual no seio das chefias militares e sustentada com a justificativa da “estabilidade, reposição da ordem constitucional no país e segurança da sociedade”, não parecia, na realidade, consenso de todos os militares. Ou seja, os oficiais Balantas e soldados Balantas não se contentaram muito com Golpe de estado contra Kumba Yala, Balanta também. Meses depois, foi desencadeado um golpe militar que culminou com a morte de três altos oficiais militares, nenhum deles era Balanta.

Novidade? É a condução automática do General Tagmé na Waie (Balanta) para o cargo do chefe de Estado Maior General das Forças Armadas.

A partir deste momento, passamos a ter uma forças armadas etnicamente estruturada com fortes indícios de segregação étnica dentro dos quartéis. Os dias de hoje não nos deixam dúvidas de que estamos perante um sistema balantizado dentro de forças armadas que controla Estado e toda estrutura social no nosso país.

O que eu quero com essa reflexão com essa reflexão é mostrar a evolução de uma situação que tem sido o principal problema da Guiné-Bissau desde a luta de libertação nacional até os dias de hoje e que como tal nunca foi discutido abertamente. Limita-se a fofocar o assunto só no senso comum e ignorado como um dos principais problemas do nosso país.

Os acontecimentos recentes mostram muito clara a estrutura tribalista das forças armadas. Os assassinatos que foram levados ao cabo esses últimos tempos não deixam dúvidas de que têm viés étnicos. Dito de outra forma, Nino Vieira, Baciro Dabó, Helder Proença não estariam mortos se fossem Balantas, ou seja, seriam poupadas as suas vidas assim como as vidas de Faustino Imbali e Pedro Infanda (ambos Balanta). Até mesmo Bubo não teria sido mandado para exílio por Tagmé se não fosse Balanta.

O que se percebe atualmente na Guiné é que, quando se trata de Balanta o sujeito tem direito a ser mandado no exílio ou preso, quando se trata de um cidadão não Balanta, este não tem direito a vida. Quem vive a realidade que eu vivo e da qual tenho a consciência não me deixa mentir.

Talvez poucas pessoas falam o que eu falo, mas muitas têm a mesma consciência que eu tenho da realidade do meu país.

No meu entender fazer parte de uma tribo ou etnia não é satisfazer suas necessidades de ter alguém para hostilizar, mas garantia de que sua cultura e suas tradições serão motivo de orgulho e serão passadas para a próxima geração.

Ter orgulho da sua tribo é perfeitamente aceitável. Desejar sucesso para a sua tribo é igualmente. Mas, este termo aceitável é apenas relativo para os meios usados para concluir isso num contexto social multitribal/multietnico.

Obs: falei o que eu penso, não importa de que forma, o meu interesse é expressar o que eu sinto. Tenho a consciência de quão polêmico é este assunto, mas enfim... sinto-me feliz por ter a oportunidade de falar sobre isso graças ao sistema de comunicação em rede. Devo ressalvar de que a internet é o que existe de mais democrático hoje nesta sociedade moderna.

Os termos tribalismo/etnicismo da forma como foram usados aqui não têm nenhum peso cientifico tão pouco estão sendo usados aqui no contexto que um especialista nesta área usaria.

10 comentários:

Aratum disse...

Até hoje algumas pessoas não entendem que Guiné-Bissau pertence aos guineenses e mais nada. Podem até querer criar ou implantar o tribalismo no país, mas, estamos fortemente de olhos a vocês. Na verdade, o ser humano tem a capacidade de criar tudo, como está acontecendo, hoje, em Guiné, dentre os pretensiosos à instabilidade. Em primeiro lugar, Guiné-Bissau é constituída por diversas etnias e suas línguas, lógico, quando acontece o conflito político ou militar, como havia acontecido ou acontece em vários países, geralmente morre a pessoa e qualquer das formas essa pessoa pertence uma determinada etnia. Porém, isso não implica que é a conseqüência tribal. Em segundo lugar, o senhor anônimo mencionou "djintis burmedju", tudo bem, guineenses consideram guineense todos aqueles que têm sentimento pátrio, não pelo documento. Quando isso não é visto ou sentido, automaticamente a pessoa é tratada da outra maneira que merece. Porque a questão pátria é sentida, não é adquirida. Em terceiro lugar, nem você nem eu sabemos a verdadeira origem da morte de Amilcar e, muito menos o verdadeiro pensamento ou filosofia desse homem durante a luta armada com seus compatriotas. Mas o que sei, é que, ele foi e é homenageado fortemente pelos guineenses, bem diferente a do cabo-Verde. Em quarto e último lugar, saiba bem que, em qualquer governo da Guiné é constituído por guineenses. Até pode ser cem por cento Balantas, ou Pepel, ou Mandjacos, etc. isso não importa, o que importa é a ética e moral política de cada um. Guiné-Bissau é dos guineenses e mais nada.
Observação: o senhor falou, após da luta, os fulas foram perseguidos. E FLING, majoritariamente composto pelos mandjacos? Então, isso reflete que o senhor é bem preconceituoso e querendo alguma coisa com isso. Mas, os guineenses reflexivos estão de olho. Pode crer que não foram as perseguições a Fulas, mas, como sendo um bom estrangeiro, deveria dizer, perseguição às pessoas que lutaram ao lado dos portugueses. Reflita!
Marcelo Aratum

Anônimo disse...

Caro Aratum,
Começo por agradecer a sua participação, seja bem vindo sempre!
Devo lhe dizer que eu também acho que Guiné deve ser dos guineenses e nada mais. Mas infelizmente o mundo de “deve ser” e o mundo de “ser” são duas realidades diferentes. Resta você me dizer em qual desses mundos você se situa para fazer análise que você está fazendo, pois, uma coisa é viver aquilo que é o real, outra coisa é viver de utopias.
Não sei a quem você se dirige ao dizer que a nossa sociedade é composta por varias etnias, acho que primeiramente você tem que saber que não estamos numa sala da escola primaria para ensinar isso a alguém.
Quanto a “guineenses consideram guineense todos aqueles que têm sentimento pátrio, não pelo documento. Quando isso não é visto ou sentido, automaticamente a pessoa é tratada da outra maneira que merece. Porque a questão pátria é sentida, não é adquirida” permita-me perguntar o seguinte: no meu entender o sentimento é algo subjetivo. Quem é o senhor Aratum para avaliar e ler sentimentos das pessoas? Quem o senhor se acha ser para qualificar aqueles que são guineenses por sentimento a pátria e aqueles que o são por documento?
Bem, eu não gosto de responder os comentários, gostaria que este espaço fosse a mais livre de todos, onde todos podem expressar o que sentem no anonimato ou não, não importa da identidade de quem fala, mas sim a idéia de cada um.
Se o senhor acha que Amilcar foi homenageado da melhor forma em Guiné que Cabo Verde, continuo achando que o senhor vive no mundo de “deve ser” não no mundo de “ser”. Mas enfim... espero que você tenha a liberdade de falar tudo o que pensa porque eu faço o mesmo aqui na A VOZ, não importa de que forma e como, o que me interessa é expressar. Volte sempre e comente com a maior liberdade possível.

Armando Quadé disse...

Well well well!

Oi Didinho, pouco a pouco acabaria por entregar-se aos guineenses…

Ficando ali no Contributo pretendendo o que nao es certamente nao da jeito! Mas o que falta agora (para merecer um pouquinho de respeito) é substituir este blog seu em “anonimato” com o seu proprio nome, assim ficarias ainda mais aliviada..e os patetinhos/seguidores teus também podiam chegar as suas proprias conclusoes de quem realmente é o Didinho e o que realmente pretende Didinho!!!

Pelo menos para mim, os teus preconceitos nao tem nenhuma significancia/importancia! Porque desde o inicio da tua incepcao na net podia constatar que es uma pessoa severamente complexado e rancoroso; e dai baseia-se todos os teus pensamentos e accoes na net!!!

Tenho muita coisa a dizer sobre o que tu representa, mas limito-me a dizer menos e deixo tu mesmo relatar tudo para os guineenses. Por outro lado digo o seguinte:

em primeiro lugar, tribalismo/etnicismo/racismo/regeonalismo/todos os "ismo" até preferencias parentais tudo faz parte da existencia dos seres humano, nao interessa tabanca/cidade/nacao/continente.

Se tomamos Cabo-Verde por exemplo (que é no teu ver modelo para seguir em tudo), primeiro era a escravatura dos europeus contra os africanos; depois de abolicao/no periodo da colonizacao existe racismo institucionalizada dos poucos Portugueses/poucos nativos de pele claro contra maioria dos africanos das ilhas; depois da colonizacao vem o regeonalismo/etnicismo/racismo/colorismo (entre os barlaventos/badius/escuros/inferiores e sotaventos/sampadjudos/claros/superiores); e na presente Cabo-Verde o que existe mais é o racismo/colorismo na sua forma mais viciosa, onde os escuros como o proprio Didinho sao chamados de mandjacos/indesejaveis e completamente marginalizados.

Segundo, até de uma forma breve, podemos citar Portugal, também como uma das tuas preferida referencias. O regeonalismo em Portugal (entre os de continente e os das ilhas) é um dos piores forma da exclusao entre ocupantes de uma nacao, e nem vou prolongar nisso porque todos sabem. Viu? Tudo que descreveste no "Por que falar do etnicismo na Guiné-Bissau é sempre polêmico?” existe em qualquer lugar do mundo. Agora o importante é tentar minimizar, acabar se for possivel, com estes divisoes e preconceitos entre seres humanos. Mas um complexado/rancorista como tu nunca é a pessoa ideal para adressar estas questoes…

Por ultimo, deixe pessoas equilibrados, com conhecimentos profundo sobre a materia aranjar formas e mecanismos para abordar e eventualmente minimizar, se nao acabar por completo com as nossas rivalidades etnicas, que por cima de tudo faz parte da nossa cultura e de toda a nossa existencia até aqui como um povo.

Se devo escolher, prefiro a nossa rivalidade etnica do que o racismo/xenofobia/regeonalismo/colorismo em Cabo-Verde, no Brasil, em Angola, em Portugal, or nos Estados Unidos da America.

Didinho disse...

Desde quando este blogue é do Didinho?

Por dar voz a outros compatriotas, divulgando um artigo de opinião e o link do blogue "A VOZ", já há quem escreva que o blogue é do Didinho.

Ainda bem que muitos poderão constatar como é lidar com mentes doentias, que nada produzem, a não ser disparates.

Agradeço ao editor do blogue "A VOZ", aliás, que não sei quem se trata, pois quando me envia mensagens fá-lo com a designação "A VOZ", que clarifique esta situação aos que apenas querem e não conseguirão jamais, denegrir a imagem da pessoa que se dá pelo nome de Didinho.

Muito obrigado

Didinho

Anônimo disse...

Caro Armando,
Se você quiser direcionar alguma crítica ou tens algo pendente com o Didinho, peço lhe que visite o site O CONTRIBUTO que é de autoria do Didinho. Não venha disparatar a tua insanidade mental neste espaço porque aqui há gente que trabalha sério. Por que este assunto te incomodou tanto? Por que você acha que este Blog pertence ao Didinho? Pois bem, quem se mostrou complexado e rancoroso com as pessoas que trabalham em prol de uma sociedade mais conscientizada e livre é o senhor que dirige acusações levianas à pessoa do Didinho. Por que não fazes algo parecido com o que Didinho faz? Pelo menos ele faz algo, não importa como e de que forma. Espero que poderias fazer o mesmo.
Se o senhor reconhece que “tribalismo/etnicismo/racismo/regeonalismo/todos os "ismo" até preferencias parentais tudo faz parte da existencia dos seres humano, nao interessa tabanca/cidade/nacao/continente” parece-me que o senhor reconhece que isso é uma realidade, não estamos falando de nada inventado, apenas relatamos uma realidade constatada. Agora pergunto: por que o senhor acha que não devemos falar disso?
Quando você cita vários países para mostrar que preconceito tribal/étnica é inerente a todas as sociedades, o que você não consegue distinguir é que, em cada um desses países, os “ismos” assumem formas diferentes e em termos de gravidade também se diferenciam.
Por outro lado, eu não estou abordando este assunto como um problema que só existe no nosso país, na nossa sociedade. O que eu estou tentando mostrar é que existe esse problema na nossa sociedade de uma forma peculiar a nós e ninguém quase fala nada sobre, pior ainda, é que o tribalismo/etnicismo assumiu uma forma institucionalizada no nosso país (caso específico de Forças Armadas).
O que o senhor me diz sobre isso?
Bem, tenho tido pouco tempo para ler os comentários, pode ser que eu não esteja em condições de ficar respondendo todos eles, mas gostaria que todos comentassem com maior liberdade possível, aqui comentário de ninguém vai ser censurado.
Mais uma vez peço a todos que querem falar algo ao Didinho que façam favor de dirigir ao WWW.didinho.org . Não espero que este espaço sirva como meio para estes fins. O Didinho pensa e tem a sua forma de pensar, eu tenho a minha, cada um tem os valores que defende. Quem es tu para julgar?
Falo do que eu penso, não importa como e onde, o que me interessa é poder expressar as minha idéias.
Passe bem
A VOZ

Armando Quadé disse...

Oi gente, sabem! Gargalhadas fazem bem ao coracao. E de momento o meu coracao esta beneficiando tanto, e tanto mesmo..simplesmente por causa da ingenuidade do nosso auto-proclamado pai do iluminismo guineense, Didinho. Mas como fazer, se bem que no fundo sao coisas do Narciso!!!

Oi Didinho, es um inconfundivel, nao so para mim, mais sim para muitos… As tuas retoricas também sao inconfundiveis, e aqui vai alguns: aqui há gente que trabalha sério; por que não fazes algo parecido com o que Didinho faz?; ninguem faz, mas Didinho; Didinho recebe nenhum tostao por ensinar guineenses como pensar; Didinho sacrifique quase 7 anos da sua vida para tirar guiné e guineenses na escoridao; Didinho so tem compromisso com guine mais ninguem; todo o mundo, incluindo governante guineenses, beneficia do trabalho que didinho faz na net; blah blah blah blah.

E de mais, os teus aspectos ditatorial/narcisista sao bem presente e inconfundiveis também aqui como no Contributo.

Tudo isso nao me importa. Mas o que eu julgo de mais é a tua ousadia de acreditar que tu tens o intelecto suficiente para manipular/jogar guineenses um contra o outro!!!

Porque tanta rancor contra os guineenses, Didinho???

Como é bem sabido, o teu objectivo principal em tudo isso é de tentar criar mais baguncas/instabilidade possivel para depois justificar que os guineenses, como tem dito por ai, nao sao capazes de se auto-governar. Mas a verdade nua e crua é que tudo nao passa de preconceitos/mentiras/hipocresias tua e dos teus mandantes.

Falando de tribalismo/etnicismo que tanto querias adressar, o meu pai é da etnia Balanta e a minha mae da etnia Fula, assim como tanto outros guineenses com pais da etnia diferente. Sei que vai dizer assim foi/é gracas ao PAIGC de Amilcar Cabral. Disgraca seu, porque é pura e simplesmente Mentira! Na Guiné comtemporaneo sempre foi assim, e assim continua. Nem Kumba, nem Zamorra, nem Cadogo, nem Cancan, nem Didinho, nem Barack Obama pode acabar com isso. Todas as facanhas/manifestacoes tribalista presente hoje nao passa de um simples sentimento de "desabafo" de um certo grupo que julga ser injusticado no passado pelos diferentes regime que todos sabemos. Agora alguem da tamanha hipocresia nao venha exagerando as coisas, porque o sangue que liga todos os tribos atravez das familias guineense é bem mais forte de que qualquer tipo de tendencias tribalista.

E sobre tribalismo/etnicismo institucionalizada, eu nunca li ou ouvi que existe leis na constituicao guineense que favorece um grupo sobre outro! Talvez sao leis (de colorismo, como a filosofia de vida) arrumadas pelo proprio Didinho que ainda ficam para encostar a nossa constituicao! Porque, sei que este fenomeno tarde ou seja chegara na Guiné, como é bem presente em Angola, o pais natal do pai do nosso ilustre Didinho.

Por outro lado, o preconceituoso Didinho também falou de monopolio da etnia balanta sobre as forcas armadas. Com isso so tenho uma pergunta a fazer o rancorista didinho. Onde estavas quando pobre jovens balantas, sem outra saida, optaram por ingressar nas fileiras das FARP??? Oh sim, Didinho estava em Lisboa comendo batatas de tuga, por isso tornou-se num buffu.

Os complexados como Didinho sao assim : so vem mal onde sao predispostos fazer o pior.

Vai te foder Didinho, deixe os guineenses em paz. Guiné tarde ou seja provaria errado todos os complexados/hipocritas/assimilados de terra e os estrangeiros.

Anônimo disse...

Começava por aconselhar o estimado Armando Quadé a criar um blog com o nome de Contra-Contributo para descarregar aí a sua ira contra o Didinho e deixar as pessoas debaterem em paz os assuntos da nossa terra que têm sido colocados em vários sítios da internet. Só àquele que não sabe ler bem o português é que não repara que a ortografia do Didinho não é nem de perto nem de longe parecida com a usada neste blog.
Bom, mas importa-me também saudar A Voz pela sabedoria em trazer este tema para o debate, e, para dizer-lhe que de facto tem alguma razão no que aqui expôs.
Nós ainda somos duma sociedade em que alguém pergunta a outra: Abô i kal raça?
Ainda somos duma sociedade em que uma das formas de identificar um cidadão, é usando o sufixo relativo à sua origem étnica: Fulano…rapaz mandjaco, fulana…mindjer fula, etc.
Mas apesar dos pesares, não estamos assim tão mal. Já repararam que não tem havido registos de conflitos entre diferentes etnias que habitam o mesmo espaço geográfico?
Isso é muito importante pois as guerras tribais deixam marcas irreparáveis em qualquer sociedade. Não vá o diabo fazer-nos recuar aos tempos de Kansala!
O que é preciso é observar e condenar os oportunistas políticos e outros que têm tentado aproveitar-se do tribalismo para atingirem os seus fins.
A questão das forças armadas, é mais complexa, pois temos necessariamente de olhar para a nossa história e encontrar ali explicações. Acho que é um tema que merece um outro tratamento muito mais sério.
Abraço.

Armando Quadé disse...

Oi irmaos/as guineenses, faco a questao de fazer chegar a voz de Didinho(1) sobre o tema. Tema este, de acordo com Didinho(2), se nao for adressada deliberadamente e com sucesso seria o barometro do futuro de estado Guineense. Se concordamos com esta suposicao, entao pergunto! Onde esta o pai do iluminismo guineense para nos iluminar o caminho certo??? E nesta logica, nao posso nao fazer chegar a voz de nosso ilustre “Charles Darwin/ Nicolás Maquiavelo!”

E aqui vai uma das duas faces de Didinho. Agora resta saber se Didinho(2)/Anonimo teria a ousadia de dizer algo sobre tema de Didinho(1)!

Por: Fernando Casimiro (Didinho)

A BALANTIZAÇÃO OU O FOMENTAR (IN)CONSCIENTE DO TRIBALISMO NA GUINÉ-BISSAU

Leem:

http://www.didinho.org/balantizacao.html

Anônimo disse...

Eu inicialmente queria agradecer á todos os que já deixaram os seus respectivos comentários.

Na minha opinião, a "balantarização" como é cahamado aqui não vem de hoje, pois eles reagiram perante uma situação que todos nós engoliamos, estou-me a referir o período depois do movimento reajustador de 14 de Novembro, em que alguém os (balantas) encostou contra a espada e parede. Mas esta questão nunca foi trazida a rebalta, porque tudo ia bem, os folados estavam em cima e fizeram surgir uma nova classe social média-alta na Guiné, foram donos e proprietários dos grandes empreendimentos comerciais, e deixo a pergunta: são os Balantas? Claro que não! Eu pelo menos não sou balanta e nem quero ser por dia de hoje, porque também a forma como eles surgiram não foi nada de bom, fizeram tudo a correr e não escondem nada.

O que seria melhor para os guineenses é conservarmos o ambiente de relativa estabilidade político - social que estamos a viver, pois lançar os panfletos contra a pessoa A ou B não traz nenhuma contribuição para a paz.

Voltarei.

Luciano disse...

O facto de se crer que a Guiné deva ser dos guineenses torna a Guiné menos dos guineenses. Os guineenses não conseguem a séculos verem-se como unidade. voudesenvolver melhor o assunto depois, agora tenho que sair para almoçar.