sábado, 15 de agosto de 2009

Não esperemos a paz onde nunca houve Justiça.


A onda de violência que existe na Guiné-Bissau é incentivada pela disfunção do poder judiciário neste país. Da independência até data presente muitos perderam seus familiares e conhecidos, muitas vezes, em situações desumanas.
A falta de um poder judiciário independente no nosso país legitimou o direito de matar para alguns de modo que algumas pessoas matam e continuam impunes. Como as conseqüências disso, temos uma sociedade cheia de ódio e vingança. Quando é assassinado alguém, toda sociedade se comove, a comunidade internacional se mobiliza fazendo pressões, atribuí-se vários motivos ao ato (pelo menos, durante uma semana), menos atenção se dá aos antecedentes históricos das relações sociais estabelecidas dentro da nossa sociedade. Dias depois, ninguém mais se lembra do ocorrido, os criminosos continuam impunes e fazendo suas atividades normalmente.
Enquanto a impunidade continuar vigorar na nossa sociedade, seria demasiado cínico pensar quanto tempo falta para o conflito regressar, talvez nem nunca regresse (é o que todos nós desejamos), mas qualquer esforço para acabar com a violência seria em vão. Ou seja, não esperemos a paz onde nunca houve justiça.

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