quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Aos leitore(a)s da VOZ

Tenho recebido várias mensagens das pessoas perguntando o que está acontecendo comigo, outras até muito gentis, se dispuseram a me ajudar em tudo que eu precisava. O motivo disso, são as últimas postagens que eu publiquei no blog expressando o meu estado emocional.
Eu só tenho a dizer obrigado pela sua preocupação. Gostaria que fiquem tranquilos quanto a minha pessoa, sou uma pessoa que não tem queixas a dar sobre a vida.
Tudo que eu tentei passar nas últimas postagens é a minha indignação com certos acontecimentos que me deixaram decepcionado (não com a vida) com tudo ao meu arredor, nada além do tradicional "problema pessoal".
Mais uma vez, os meus melhores cumprimentos a todos e estaremos juntos em breve aqui: www. avoznanet.blogspot.com

sábado, 12 de setembro de 2009

Liberdade


Não encontro respostas para as minhas dúvidas, mas sinto um alívio ao poder falar delas, expressar o meu estado emocional neste espaço tem sido uma terapia, sabe?

Faço o que sei fazer, não sou nada além dos meus limites. Assim, eu sou a prova de que há algo que é peculiar ao se pensar na relação de ser cobrado e a resposta que se pode dar a si mesmo.

Eu gosto de dizer que esta vida é uma (...) às vezes!


As palavras me fogem da mente para descrever o momento exato da minha vida. Só quem vive a minha realidade sabe o quão é chato estar nesta situação. Procuro forças onde elas parecem esgotar, ânsia de chegar um futuro distante como resposta das minhas dúvidas é imenso. Poucas vezes me sinto deste jeito, despejo muita energia para pensar tudo por poucas respostas às minhas dúvidas.

Oh! onde que que você esteja preciso de ti.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Conheça males da Crack.

Caro leitores, com a intenção de esclarecer sobre males da droga da qual me referi na matéria postado anteriormente, vou indicar esta matéria que resume os efeitos da crack e com depoimento dos especialistas na área. Pra mais informação lê aqui: http://www.colegeoweb.com.br/biologia/crack

Tem coisas que só em ti encotramos.

Tem coisas peculiares a ti


Tudo nos pode ser tirado menos orgulho que da nossa cultura temos.




Ao navegar neste mundo estranho a nós, num simples clique chegamos lá num piscar-de-olhos onde nem a imaginação demora mais para chegar. Da nossa terra muito do que nos é contado são as males que de lá se produz e nos afecta cá de longe. Muitas vezes desanimados ficamos, em outras, desesperados. Mas como tudo não podia ser assim, ou pelo menos, para sempre, a nossa cultura e nossa gente nos enche de orgulho do lado de cá.

O branco que lá foi contou-me "nobas" da minha tabanka




"é queixam di bós, mas abós i nha armons"
Esta historia é narrado por um branco que esteve na minha terra, fiquei surpreso e pasmo! Já lá vão uns anos que estou por lado de cá onde estas coisas a grande mídia não me conta e eu esperava que tudo podesse acontecer menos este. Vendo as fotos já dá pra imaginar do que estou me referindo.
Esta historia é como qualquer outra historia de drogas e prostetuíção em qualquer parte do mundo, a única diferença é que, trata-se de um tipo de droga que até pouco tempo era totalmente desconhecido na Guiné-Bissau até que os traficantes decidiram atingir nossa gente com esta praga. A prostetuíção, este sim, já era um caso que há muito tempo se pratica nas nossas praças de Bissau. A situação do uso de CRACK em Bissau é particularmente triste e lamentável, ao pensarmos a situação precária das autoridades guineense. Para quem conhece os males deste tipo de droga, a suas consequências à saúde pública e segurança pública, não deixa de lamentar este fato. Desde que chegou cocaína no nosso país a vida de milhares de pessoas estão ameaçadas e colocadas numa situação sem alternativas. É impossível calcular quantas pessoas estão perdidas nisto, não há prevenção nem reabilitação, e principalmente não há consciência entre as pessoas sobre o efeito desta praga! Certamente, temos assim o futuro dos nossos jovens e consequentemente do nosso país condenado à instabilidade eterna ( como se não bastasse tantos problemas que temos). Digo PQP!!! Até onde iremos parar com isto?

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Ao Zamora


Tudo isso deixa-me confuso e me faz querer gritar a voz que sempre tentaste silenciar! O que tens feito até agora é só denuncias, «Alguns políticos continuam a querer manipular os militares; alguns políticos estão incentivando os militares a tomarem poder; alguns políticos estão a extorquir os militares; alguns políticos estão infiltrados nos quartéis »...
Mano, cá entre nós, tudo isso é uma forma de afirmar-se diferente dos que passaram por onde estás? Ou é só uma forma de passar a impressão de que és digno de continuar no cargo?
Tudo isso deixa-me confuso e me faz querer gritar a voz que sempre tentaste silenciar!

O Homem, enquanto ser “racional” precisa crer que o que faz é útil para sacrificar o sangue, suor ou lágrimas num objetivo. Muitas das nossas ações partem duma posição de “defensores do bem” na qual nos posicionamos para justificar e legitimar as conseqüências dos nosso atos, ignorando todo e qualquer julgamento externo. O certo confunde-se com o bom (e vice-versa), o errado confunde-se com o mau, os 4 conceitos têm diferentes aspectos para cada pessoa/classe/sociedade e advém da adulteração do conceito de "útil" e "inútil" para os fins a que se predispõe.O que está por de trás de todos estes conceitos prende-se na relação entre custo/benefício. Quanto mais se tira o proveito necessário com o que se faz, melhor se isenta ações do julgamento.
O dia 7 de junho de 1998 assistimos o nosso país sendo arrastado para o caos que vive atualmente por interesses ambiciosos de um grupinho de pessoas. É por milhares de fatores desastrosos que temos que contar para formar um quadro estatístico das conseqüências desta guerra. O nosso povo se viu perante de um bombardeio de propagandas de guerra, a “J MAIOR” serviu como motivação, alimentada pela moral de que todo sofrimento era necessário para uma sociedade mais digna e justa para todos.
Tudo se tinha pra fazer, inclusive para se sacrificar em nome de “J MAIOR” menos a cabeça para pensar. Talvez a falta de cabeça seja o nosso maior pecado cometido ao acreditar que estávamos direcionando o país para melhor ou talvez a falta de cabeça seja o maior estupidez que cometemos ao longo da historia do nosso país ao apoiarmos interesses particulares das mesmas pessoas que nos governavam.
O tempo julgou a mentira, a realidade nos direciona no caminho diferente da ilusão que outrora alimentamos.
Muitos morreram na guerra, alguns perderam casa, dinheiro família, mas há quem se beneficiou, alguns ganharam poder, dinheiro, fama. Alguns não tiveram muita sorte de usufruir tanto e por muito tempo, mas ainda há quem continua beneficiando dos beneficies da Guerra. Assim como tantos outros (inclusive eu e mais 99% dos guineenses) continuam sofrendo as conseqüências do “7 de Junho”.

Pagar o prejuízo da guerra ao setor privado é recompensar os danos materiais da guerra ou é um mecanismo de beneficiar os aliados do poder?


Pagar prejuízo da guerra ao setor privado é um gesto que mostra por um lado, o espírito da continuidade do Estado, honrar os compromissos que o Estado tem para com a sociedade civil. Por outro lado, num país onde o Estado não é nada mais que uma associação de pessoas para servirem seus interesses, êste pode ser um jogo para beneficiar os interesses mesquinhos das pessoas mais próximas ao poder.
A questão do prejuízo de guerra na Guiné mostra muito claro como funciona esta lógica. Logo depois da guerra, pudemos constatar que algumas pessoas tiveram privilégio de serem indenizadas pelo prejuízo durante a guerra, em alguns casos, as pessoas que nem se quer tiveram algum tipo de bens antes da guerra, o critério usado em grande parte dos casos, era comprovar o prejuízo com um simples documento que tivesse assinatura de algum Comandante da “Junta Militar” ou do seu comando supremo o Ex. Comando Supremos de Junta Militar-CSJP ( claro, algumas pessoas tiveram facilidade de conseguir isso muito fácil) o fato que legitimava pagamento automático do “prejuízo de guerra. Durante a guerra houve realmente pessoas que foram autoritariamente confiscados todos os seus bens para alimentar uma guerra que viria devastar o país em todos os sentidos.

Foram saques às propriedades privadas, ofensas morais às pessoas e danos emocionais incompensáveis contra grande parte da população. Estas pessoas não puderam receber o prejuízo da guerra porque não era de interesse dos militares e nem dos responsáveis do governo. O que se constatou é que as pessoas foram beneficiadas por motivos aléias aos prejuízos propriamente dito, os critérios usados foram mecanismos dos homens do poder para beneficiarem seus aliados e se auto-beneficiarem.
Ao declarar que vai pagar os prejuízos da guerra ao setor privado, deixamos a pergunta para o governo: quais são os critérios que serão seguidos para definir quem deve ou não receber este dinheiro e como?